Caso Jeff Machado: Inspetor de polícia afirma que morte de ator foi premeditada

A Justiça do Rio realizou ontem a primeira audiência de instrução e julgamento sobre a morte do ator Jeff Machado, que estava desaparecido desde janeiro deste ano e o corpo foi encontrado em maio, dentro de um baú enterrado e coberto de concreto em uma casa em Campo Grande, na Zona Oeste.

O inspetor da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, Igor Rodrigues Bello, responsável pelas investigações que resultaram na prisão dos réus Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinícius da Silva Braga, disse em depoimento que tem certeza de que o crime foi premeditado.

Ele afirmou que o ponto de virada das investigações, que começaram como um caso de desaparecimento, foi o depoimento do motorista de um ‘taxi dog’, que disse à polícia que no dia 31 de janeiro Jeff, que na verdade já estava morto, fez contato com ele através do WhatsApp para levar os oito cachorros do ator para um centro de umbanda desativado. No entanto, quem apareceu para acompanhá-lo no transporte dos cães foi Bruno.

O taxista procurou espontaneamente a polícia, após ver postagens nas redes sociais sobre cachorros da mesma raça que estavam perambulando pela Zona Oeste do Rio. A investigação concluiu que Bruno se passou por Jeff não apenas nessa, mas em diversas ocasiões após o crime.

A premeditação, de acordo com o inspetor, ficou demonstrada por dois fatos: no final de 2022, Bruno começou a visitar revendedores de veículos na Zona Oeste, dizendo que levaria o carro de um amigo para vender. Ele teria voltado após a morte de Jeff, porém não conseguiu vender o carro do ator, do qual ele possuía as chaves, por não ter encontrado os documentos do veículo.

O outro fato foi a compra da casa onde o corpo de Jeff foi encontrado realizada meses antes do crime. Os réus fizeram uma obra nesta casa, levantando um muro, ocasião em que teriam feito também o buraco onde enterraram o baú contendo o corpo.

Durante toda a investigação, Bruno manteve a história, tanto para a família do ator quanto para a polícia, de que Jeff Machado havia conseguido uma chance de trabalho em São Paulo, e por isso deixara sua casa, seu carro para que ele os vendesse e seus cachorros para que ele tomasse conta.

A mãe de Jeff, Maria das Dores Estevam, e o irmão, Diego Machado Costa, também foram ouvidos durante a audiência. Ambos disseram que estranharam ao receberem mensagens incomuns pelo telefone do ator.

“Percebi que as mensagens não eram do meu filho, pois ele escrevia muito bem e as expressões postadas nas mensagens eram com termos que meu filho não usava. Eu quero que ele (Bruno) diga a verdade para mim, na minha cara! É o mínimo que ele pode fazer. É contar a verdade. Por que matou o Jefferson? Eu preciso disso para limpar a minha alma. Eu sei que vou escutar isso desse monstro!”, desabafou a mãe do ator.

Por conta da quantidade de testemunhas, a continuação da audiência foi marcada para o dia 11 de dezembro.