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Divisão de receitas, direitos de TV e extinção; Em exclusiva, presidente da FERJ aborda polêmicas do Cariocão

Rubens Lopes detalhou as conversas com a Brax, empresa que negociou os direitos televisivos do Campeonato Carioca

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em

Rubens Lopes, presidente da Ferj
(Foto: Reprodução)

A bola rola no dia 12 de janeiro e o Cariocão está perto de iniciar mais uma disputa. Em meio às polêmicas sobre as divisões de receitas dos direitos de transmissão do campeonato, o presidente da FERJ, Rubens Lopes, conversou com exclusividade com a Super Rádio Tupi e detalhou as reuniões com os clubes.

Entre os quatro clubes de mais investimento, o acordo sobre os direitos televisivos, negociado pela empresa ‘Brax’ foi fechado apenas com Flamengo e Fluminense. Botafogo e Vasco, por não concordarem com os termos, especialmente da divisão de receitas, decidiram não assinar o contrato.

Segundo o mandatário, a negociação passou diretamente pela Brax. “A Ferj não participa do critério de divisão de receita. Não existe essa narrativa de que a Ferj fez a distribuição dessa ou daquela receita. A Ferj conduz a reunião.” afirmou, e prosseguiu.

“A Brax Esportes ofereceu aos clubes uma garantia mínima. Ou seja, os clubes entram no campeonato com um planejamento já sabendo o quanto irão receber de recursos. Saiu uma notícia na fase de debate que o Flamengo queria isso ou aquilo, mas cada um queria isso ou aquilo. A Ferj reuniu os quatro clubes e a empresa garantidora desses recursos, que ofereceu um valor a ser distribuído entre esses quatro clubes. O valor foi de 45 milhões de reais, depois para 50 milhões, que seria distribuído entre os quatro. Dessa discussão, desse critério, quem vai receber quanto, a Ferj não participa disso. O critério é estabelecido por uma decisão democrática. Em determinado momento, alguns entendiam que o critério deveria ser igualitário, outros não entendiam isso. Mas sobre a argumentação de que no mundo do futebol existe desigualdade, de acordo com o apelo comercial. Evidente que o patrocinador da camisa de um clube, não paga a mesma coisa para outro. Desigualdade em função do interesse comercial, isso acontece em todas as ligas.” – declara.

Na sequência, ele explica como foi realizada a conversa com os clubes e detalhou que, em determinado momento, chegou a sair da sala de reunião e deixou as negociações apenas com a empresa e os representantes das equipes.

“A Ferj reuniu os quatro grandes e a empresa e os deixou sozinhos no debate para uma conclusão. Em determinado momento, eu saí da sala e deixei para eles decidirem. Marcou-se uma nova reunião, mas na noite anterior, os dois clubes, Vasco e Botafogo, radicalmente, disseram que se a divisão não fosse igualitária, não iriam aderir. O prazo era curto, mas em função da intransigência desses clubes, que durante dois anos não receberam nada e agora radicalizaram. A Ferj não pode impor adesão. Quem quiser adere, quem não quiser, não adere. Quando lemos que a Ferj privilegiou, é uma declaração leviana, inconsequente e insana.” – diz.

CONFIRA ABAIXO OUTRAS RESPOSTAS

Sobre extinção do campeonato estadual:

“Quem fala em extinção do Estadual é um genocida desportivo em relação ao futebol. É daí que o torcedor fica brincando com os adversários. É a partir dessa competição que surgem novos adeptos. A partir daí, vem o maior fluxo de atletas, a produção da fábrica de atletas. Se acabar com o estadual, vamos reduzir as oportunidades, vai reduzir a chance de surgir novos talentos. Esse é um argumento equivocado, de quem não conhece nada de futebol. O torcedor não tem elementos suficientes para se posicionar. Garanto que se essa pergunta for feita aos atletas, eles vão concordar que isso é apologia ao genocídio esportivo.”

Sobre a parceria entre a Brax e a FERJ:

“A Brax é uma empresa relativamente nova, que resultou da fusão de duas outras empresas. Ela entra forte nesse segmento, vendendo os direitos comerciais de campeonatos. Está em competições nacionais. Comprou os direitos da Copa do Nordeste. No campeonato estadual, ela vai pro risco, oferece uma garantia mínima significativa. A perspectiva é boa, que em 2024 os recursos sejam os dobro de 2023. Acredito que esse crescimento vai fortalecer consideravelmente o futebol do Rio, independentemente de quem transmita. O campeonato vai ser transmitido e reproduzido no Brasil inteiro.”

Sobre a recusa de Botafogo e Vasco para assinar o contrato de transmissão:

“Com toda naturalidade, isenção, apoio e tudo que for melhor pro crescimento. Nós precisamos de todos. Não poderia ser diferente. É uma decisão que a Ferj não participa, pode argumentar, sensibilizá-los da importância do fortalecimento do conjunto. Eles serão respeitados. A Ferj tem como objetivo contribuir para o crescimento dos clubes. Eles estão conscientes que têm que cumprir os deveres no regulamento. Regulamento que eles têm voz e voto. Esse é o quadro. Tenho certeza que com os dois, os recursos seriam maiores, mas cada um sabe de si. O direito de exibição com a nova legislação é do mandante. Tenho dúvidas que qualquer um colherá recursos superiores aos apresentados no contrato comercial.”

Sobre o início do campeonato, antecipado em três dias devido à disputa do Flamengo no Mundial de Clubes:

“A Federação antecipou o início do Estadual por uma questão de calendário. Prevaleceu o bom senso de se ajustar as datas. Aconteceu com o Flamengo, mas poderia acontecer com qualquer clube.”

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