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Brasil

Estudo descreve processo de inflamação relacionado às formas graves de Covid-19

Pesquisa foi coordenada pelo grupo de Imunopatologia, da Fiocruz Minas, em parceria com a Escola de Medicina da Universidade de Harvard.

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Castelo da Fiocruz
(Foto: Mateus Mesquita / Super Rádio Tupi )
Castelo da Fiocruz

(Foto: Mateus Mesquita / Super Rádio Tupi )

Desde o início da pandemia, diferentes estudos mostraram que as formas graves de Covid-19 estão relacionadas à ocorrência de uma inflamação excessiva gerada pelo Sars-CoV-2, mas ainda faltava compreender como esse processo inflamatório se desencadeia e se desenvolve no organismo. A resposta para esse questionamento está em um estudo publicado na revista Nature. A pesquisa foi coordenada pelo grupo de Imunopatologia, da Fiocruz Minas, em parceria com a Escola de Medicina da Universidade de Harvard.

Segundo o estudo, ao entrar no organismo, o vírus Sars-CoV-2 desencadeia a infecção e, para combatê-la, o sistema de defesa é acionado, induzindo a produção de um tipo específico de anticorpo, chamado afucosilado. Esse tipo de anticorpo até consegue neutralizar o vírus e impedir que ele entre nas células epiteliais do pulmão, mas, por outro lado, desencadeia o processo de fagocitose por parte dos monócitos, que são células de defesa do organismo.

Ao fagocitar o Sars-CoV-2, ou seja, ao capturar e digerir o vírus, os monócitos ativam seus inflamossomas, que são complexos de proteínas, que causam a morte desses monócitos infectados, por meio de um processo conhecido como piroptose. Tal processo lança sinalizadores de perigo, indicando que algo está errado. Com isso, o organismo começa a produzir novas células de defesa, desencadeando uma cascata inflamatória. Importante salientar que nenhuma das vacinas contra a Covid-19 induz a produção do anticorpo afucosilado.

Tal tipo de anticorpo é gerado somente pela infecção, confirmando que há diferença na estrutura do anticorpo produzido pela vacina, conforme já relatado em estudos anteriores. Assim, os resultados da pesquisa, além de abrir a perspectivas para os tratamentos da Covid-19, reforçam também a importância da imunização.

 

 

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