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Gêmeos unidos pelo crânio são separados em cirurgia; SUS se torna referência mundial
Unidos por quatro anos gêmeos, se veem frente a frente pela primeira vez. Cirurgia levou dois dias, revelou o cirurgião em entrevista à Super Rádio TupiGêmeos siamês de 3 anos sobreviveram após passarem por uma cirurgia de separação no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. O caso foi considerado muito raro e gravíssimo.
Arthur e Bernardo nasceram unidos pela cabeça, compartilhando um pedaço do cérebro e a principal veia que leva o sangue de volta ao coração. Eles passaram por diversos procedimentos médicos invasivos e inúmeras ressonâncias magnéticas e tomografias, que não foram suficientes. Foi aí que os neurologistas decidiram fazer modelos cerebrais em 3D, que foram usados também no dia da cirurgia final, que durou 23 horas e foi totalmente custeada pelo SUS.
O responsável pela operação foi o médico Gabriel Mufarrej, que contou com o apoio do Dr. Owase Jeelani, um dos melhores cirurgiões do mundo na área. A equipe se tornou referência mundial após essa cirurgia de sucesso. Mas as crianças ainda vão ficar por um tempo no hospital em recuperação.
Gabriel Mufarrej contou todo o processo operatório em entrevista ao programa Cidinha Livre. Segundo ele, ao todo foram nove cirurgias, num período de 3 anos, até que eles fossem separados.
“Estamos há quase 3 anos [acompanhando as crianças]. Foram nove cirurgias ao todo. Sendo que recebemos elas com 8 meses de vida. A primeira cirurgia foi feita em novembro de 2019. A partir de então, foi um grande dilema.”, ressaltou ele que revelou ainda que todo o procedimento foi contraindicado por um cirurgião estrangeiro.
Foi então que Gabriel conversou com a mãe das crianças. Ele explicou o risco da operação, com possibilidade de morte, mas deixou um fio de esperança. “Eu nunca tinha operado gêmeos porque é muito raro. É um caso para cada 2 milhões e 500 crianças.”, revelou ele.
Ao todo foram dois dias de operação. A primeira fase durou 13 horas. Já a segunda levou 23 horas até separá-las. Após isso, as crianças passaram por mais 8 horas de cirurgia para reparar o cérebro.
“Eu jamais tinha certeza de que iria conseguir separa-los porque era muito difícil. A mão de Deus se fez presente o tempo todo. Isso é glória de Deus e não mérito meu.”, finalizou ele.
Ouça a entrevista completa abaixo: