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Operação Clãdestino desarticula atuação de rede familiar de doleiro em lavagem de dinheiro

O nome da operação é um neologismo relacionando as palavras clã (núcleo familiar) e clandestino (fora de legalidade)

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Foto destaque: Divulgação

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O Ministério Público Federal (MPF), em conjunto com a Polícia Federal (PF), realiza nesta terça-feira (10) a operação Clãdestino. Estão sendo cumpridos mandados de busca contra sete familiares de um dos doleiros denunciados na operação Câmbio, Desligo. As investigações se concentram em torno das operações financeiras realizadas por familiares de um dos doleiros que operava em São Paulo, cujos principais clientes são comerciantes do comércio popular paulista da região da Rua 25 de março.

Ele já foi denunciado como integrante de uma grande organização criminosa de lavagem de dinheiro descoberta a partir da colaboração de outros dois doleiros no curso das investigações da operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
Ao longo das investigações, foi verificado que o núcleo familiar dele seguiu praticando atos de lavagem de ativos mesmo após a operação Câmbio, Desligo, em 2018.

A família compartilhava da sociedade ou diretoria de cinco offshores, bem como de contas bancárias no Brasil e no exterior, por meio das quais as operações eram realizadas. As investigações revelam que, entre 2011 e 2017, o doleiro movimentou US$ 239,75 milhões, a maior parte consistindo em operações de compra de dólares, ou seja, ele recebia dólares no exterior em transferências realizadas pelos colaboradores, registradas nos sistemas Bankdrop e ST, e entregava reais aos clientes dos colaboradores no Brasil.

O aprofundamento das apurações demonstra que o núcleo familiar mais próximo do doleiro participava do complexo esquema paralelo de câmbio, por meio da movimentação de contas no Brasil e no exterior com o intuito de ocultar e dissimular dinheiro produto dos mais variados crimes.

O doleiro teve sua prisão decretada em 2018, mas a ordem não foi cumprida pela não localização do réu. O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus convertendo a prisão preventiva em medidas substitutivas: pagamento de fiança no valor de R$ 5 milhões, proibição de se ausentar do país mediante a entrega de passaportes à Justiça e proibição de manter contato com os demais investigados.

Em abril de 2019, ele foi detido no Uruguai, descumprindo uma das medidas impostas ao se ausentar do país, mas liberado devido a um novo habeas corpus. O nome da operação é um neologismo relacionando as palavras clã (núcleo familiar) e clandestino (fora de legalidade).

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