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Paciente internado há cinco meses em estado grave recebe alta no Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras

Roberto Valeriotte, de 58 anos, chegou a ficar três meses em coma induzido em decorrência de complicações da Covid-19

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(Fotos: Mauricio Bazilio/ Divulgação: SES)

(Fotos: Mauricio Bazilio/ Divulgação: SES)

O dia 10 de setembro ficará marcado para sempre na história da família Valeriotte. É que a tão esperada alta de Roberto Valeriotte, o patriarca da família, finalmente aconteceu. O paciente de 58 anos foi internado com coronavírus no Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (IETAP) no dia 20 de abril, em estado gravíssimo. E nesta quinta-feira (10), após cinco meses de internação, ele volta para onde a família o aguardou por tanto tempo: seu lar.

Desde o dia de sua internação, em 20 de abril, até o final de julho, Roberto permaneceu em coma induzido, em decorrência de uma pneumonia bacteriana que, segundo a equipe médica, seria uma complicação da Covid-19. O paciente seguiu a internação respondendo bem ao tratamento prestado pelos profissionais do IETAP.

Na primeira semana de agosto, a família recebeu o melhor presente do Dia dos Pais: Roberto acordou do coma e, em 9 de agosto, a equipe da unidade fez uma chamada de vídeo com a filha única do paciente, Anne Valeriotte, de 31 anos. “Foi uma alegria tão grande poder ver e falar com meu pai, depois de tanto tempo. Sempre recebíamos notícias dele por telefone, os profissionais sempre foram muito carinhosos, mas, nada supera a emoção de poder vê-lo naquele dia, mesmo que por chamada de vídeo. Agradeço muito à equipe do Ary Parreiras que nos proporcionou esse momento”.

 

(Fotos: Mauricio Bazilio/ Divulgação: SES)

Em decorrência da pandemia, as unidades de saúde estão com as visitas suspensas ou restritas por medida de segurança. Isso significa que a família estava há cinco meses sem ver pessoalmente, tocar e dar um abraço no ente querido que, segundo Anne Caroline, era mais do que presente em suas vidas. A profissional de recursos humanos conta como foi enfrentar tanto tempo longe do pai.

“Meu pai é aquele tipo “paizão” mesmo, sabe? É meu maior companheiro e melhor amigo. Ficamos totalmente perdidas na ausência dele, sem chão. Eu não dormia, minha filha e minha mãe ficaram depressivas, mas sempre tivemos esperanças da sua recuperação”.

Pai presente em todos os momentos da filha e um avô carinhoso, Roberto trabalhava como mecânico em casa, e essa rotina propiciava uma proximidade integral com a esposa, filha e neta. Ane conta com muito apreço sobre a forte ligação que ele tem com a neta, Julia Valeriotte, de 6 anos.

“Ele que cozinhava para a família e também era responsável por dar as refeições da Júlia. Ela só comia a comida dele. Lembro que ele sempre montava um “restaurante” onde ela era a cliente. Quando tudo isso aconteceu, tive que sair do trabalho, pois ela sentia muito a falta do avô a todo momento”.

Luciane Valeriotte, casada com Roberto há 33 anos, aguardava ansiosamente para ter novamente seu grande companheiro de vida ao lado.

“A gente é unha e carne, onde está um, o outro está também. Não imagino minha vida sem ele ao meu lado. São muito anos de companheirismo e estamos muito felizes por tê-lo conosco novamente”, declara a auxiliar de enfermagem.

Mas a história da família Valeriotte com o Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras não é de hoje. Luciane lembra da primeira vez que Roberto foi atendido na unidade.

“Há 21 anos, ele ficou internado durante nove meses no Ary Parreiras, também em decorrência de um problema no pulmão. Por isso, nós já tínhamos um carinho muito especial por aquela Instituição, o que só aumentou nesta segunda internação dele”.

A técnica de enfermagem, Wallery Moreira, que atendeu Roberto Valeriotte desde os primeiros dias de internação, fala sobre a relação que o paciente estabeleceu com a equipe.

”Ele foi um dos primeiros pacientes com Covid a dar entrada no Ary Parreiras, em abril. E hoje, falo não só por mim, mas por todas as equipes de enfermagem, que ele é um paciente que criamos um grande vínculo e carinho. Ele é primeira pessoa que perguntamos quando chegamos no plantão. A alta dele é uma grande alegria para mim e para meus colegas de profissão”.

A alta de Roberto ocorreu nesta quinta-feira, às 14h. Anne Caroline Valeriotte compareceu sozinha para recebê-lo, pois a mãe pertence ao grupo de risco. Minutos antes de ver o pai, Anne fala da expectativa para o reencontro.

“Nossa expectativa é retornar para casa e viver com muita felicidade. Se milagre existe, sei que aconteceu com meu pai. Só Deus sabe o quanto ele é importante em nossas vidas. Por isso, agradecemos de todo coração o carinho e atenção de todos do Ary Parreiras, principalmente essas seis pessoas que são os médicos Gabriel, Cris, Flávia e Felipe, além das enfermeiras Janaína, Ana Lúcia e Wallery. Eles são uma equipe maravilhosa, sempre nos mantiveram informados e cuidaram muito bem do meu pai”.

Quando a equipe finalmente cruzou a porta de saída carregando Roberto, Anne não conteve a emoção. ”É a maior felicidade do mundo ter meu pai de volta em casa”, declarou emocionada.

(Fotos: Mauricio Bazilio/ Divulgação: SES)

Roberto, com a voz baixa e aparentando ansiedade para retornar para casa, deixou clara sua maior prioridade na vida.

”Sinto muita falta da minha esposa e da minha netinha, a Julia. Estou também com muita saudade de casa e da minha família. A minha família é tudo para mim”.

 

Família fez mutirão para doação de sangue

Quando precisou de transfusão de sangue, a família de Roberto se movimentou nas redes sociais, mobilizando digitais influencers, artistas, exército e muito mais para que a população doasse sangue no Hemorio. Segundo Anne Caroline Valeriotte, os estoques do tipo sanguíneo do pai, O negativo, foram supridos naquela semana.

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