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Política

‘Política de segurança no Brasil é parceira da violência e do crime organizado’, afirma ex-ministro

Raul Jungmann, que chefiou as pastas da Defesa e da Segurança Pública no governo Temer, concedeu entrevista exclusiva para o programa "Cidinha Livre", da Super Rádio Tupí

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Raul Jungmann, que chefiou as pastas da Defesa e da Segurança Pública no governo Temer, concedeu entrevista exclusiva para o programa "Cidinha Livre", da Super Rádio Tupí (Foto: Reprodução)

Raul Jungmann, que chefiou as pastas da Defesa e da Segurança Pública no governo Temer, concedeu entrevista exclusiva para o programa “Cidinha Livre”, da Super Rádio Tupí
(Foto: Reprodução)

O político e consultor empresarial Raul Jungmann concedeu uma entrevista exclusiva ao programa “Cidinha Livre”, da Super Rádio Tupi, nesta sexta-feira (07). No bate-papo com a comunicadora Cidinha Campos, Jungmann comentou sobre a operação da Polícia Civil na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, realizada na última quinta-feira (06), que terminou com 25 mortos, entre eles um policial baleado na cabeça, além de cinco feridos.

Jungmann, que tem no currículo a experiência de ter chefiado o Ministério da Defesa e o Ministério Extraordinário da Segurança Pública na gestão de Michel Temer (MDB), criticou a política de combate ao crime praticada no Rio e no país como um todo. “A política, se é que podemos chamar de política, de segurança no Brasil é parceira da violência e do crime organizado. Então, vamos colocar as coisas logo em pratos limpos. Sei que uma grande parte da população do Rio de Janeiro entende que esse tipo de enfrentamento reduz a criminalidade. Olhe, desculpe, não reduz”, pontuou.

Para o ex-ministro, o confronto armado dentro das comunidades não é a solução. “Isso vai trazer de fato segurança para o Rio de Janeiro? Lamento, não vai trazer”, afirmou.

E para exemplificar o seu ponto de vista, Jungmann utilizou como exemplo a operação dessa quinta no Jacarezinho.  Segundo a Polícia Civil, 24 dos mortos eram ligados à facção criminosa que domina a região. Para ele, apesar do número representar uma baixa importante para o crime organizado, o mesmo conta com uma alta capacidade de reposição.

“Se for ligado ao tráfico (os mortos na operação), o tráfico tem a capacidade de repor esses 25, 50, 100, seja o quê for. Enquanto você não atacar as raízes disso, o problema permanece”, alegou. “Não estou querendo dizer que você não deve ter mão dura com o crime organizado, que você não tenha que ser efetivamente firme dentro da lei. Nada disso. Não é passar a mão na cabeça de criminoso. Mas é dizer o seguinte: se você não tem um complemento para as comunidades, assistência de saúde e de educação, se você não cria a capacidade para uma juventude sem escola e sem trabalho ter um projeto de vida, se a gente não estende a mão; não vai ser com colete, bala ou carro de polícia que você vai resolver”, completou.

Ainda durante a entrevista, Jugmann questionou a posição tomada pela Polícia Civil diante da morte do inspetor André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, que levou o tiro logo no começo da operação no Jacarezinho, enquanto retirava uma barricada. “Quando você percebe a reação, por que você não recua para evitar justamente que inocentes sejam alcançados? Ou mesmo para que você não tenha que conviver com uma chacina com essa?”, questionou.

Abaixo, confira a entrevista completa de Raul Jungmann ao programa “Cidinha Livre”:

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