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Capital Fluminense

Testemunhas de defesa de Monique Medeiros são ouvidas em terceiro dia de audiência do caso Henry Borel

Sessão foi marcada por confusões e bate-bocas. Próxima audiência foi anunciada para o dia 09 de fevereiro

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Monique Medeiros e Jairinho durante terceira audiência do caso Henry Borel
Monique Medeiros e Jairinho durante terceira audiência do caso Henry Borel (Foto: Diogo Sampaio/Super Rádio Tupi)
Monique Medeiros e Jairinho durante terceira audiência do caso Henry Borel

Monique Medeiros e Jairinho durante terceira audiência do caso Henry Borel
(Foto: Diogo Sampaio/Super Rádio Tupi)

A terceira audiência de instrução e julgamento do caso Henry Borel, marcada pela 2ª Vara Criminal da Capital, terminou por volta das 19h20 da noite desta quarta-feira (15). Ao todo, cinco testemunhas de defesa da professora Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do pequeno Henry, foram ouvidas ao longo das pouco mais de oito horas de sessão.

Esta terceira audiência do caso teve início ainda no final da manhã de quarta com o depoimento do diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, Antenor Lopes. Ao longo da oitiva, que durou 1h30, Antenor rebateu os advogados de Monique, Thiago Minagé e Hugo Novais, que tentaram, por diversas vezes, alegar que o inquérito policial deveria ser anulado, uma vez que o caso ficou na 16ª Delegacia de Polícia (DP) da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, ao invés de ir para Delegacia de Homicídios da Capital.

Antenor Lopes explicou, então, que não é uma norma ter que encaminhar todo o caso envolvendo mortes para a delegacia especializada em homicídios. Por esse motivo, o delegado Edson Henrique Damasceno, titular da 16ª DP na época das investigações, pode permanecer com o responsável pelo inquérito.

Foram ouvidos na audiência, logo depois de Antenor, Glauciene Ribeiro Dantas, babá de Henry Borel dos 2 aos 4 anos de idade, e Reinaldo César Pereira, capitão do Corpo de Bombeiros e amigo de Monique. Este, aliás, causou grande confusão no tribunal ao afirmar que tinha receio do ex-vereador Jairinho e do pai dele, o deputado estadual Jairo Souza Santos, mais conhecido como Coronel Jairo, por ouvir dizer que eles são da milícia, donos de toda a região do bairro de Bangu e que tem controle da Polícia Militar. Ouça um trecho abaixo:

Em seguida ao depoimento de Reinaldo, houve uma pequena pausa na audiência, que foi retomada às 15h30, ouvindo Bryan Medeiros da Costa e Silva, irmão de Monique. Bryan falou por aproximadamente 1h30 e assegurou que Monique sempre foi uma pessoa muito “amorosa” e “carinhosa”, sendo “um exemplo de irmã e de mãe”. Ainda segundo Bryan na oitiva, Monique nunca mais conseguiu ser feliz após a morte do filho e até mesmo pensou em tirar a própria vida no dia do velório do filho.

Logo na sequência de Bryan ser ouvido, houve um bate-boca no tribunal por conta da insistência da defesa de Monique em que uma testemunha, que não estava prevista, pudesse prestar depoimento. No caso, se tratava da psicóloga Elisa Walleska da Costa, contratada pela defesa de Monique para traçar um perfil psicólogico dela.

Veja abaixo um trecho da confusão:

Antes mesmo que Elisa fosse ouvida, a defesa de Jairinho quis impugnar o depoimento. A razão disso é porque, para o advogado criminalista Braz Sant’Anna, que representa o ex-vereador, a psicóloga não poderia ser ouvida na condição de testemunha já que tinha sido contratada para fazer uma perícia.

Elisa Walleska da Costa chegou a argumentar que poderia sim ser testemunha, pois não houve um laudo final. Segundo a própria, ocorreram divergências entre ela e os advogados de defesa de Monique que fizeram com que o contrato fosse desfeito antes da conclusão do serviço. No entanto, apesar da insistência, a juíza Elizabeth Machado Louro, responsável por conduzir as audiências do caso, dispensou a mesma sem ser ouvida.

Após esta confusão, a sessão seguiu com o depoimento de Rosângela Medeiros, mãe de Monique, que garantiu que nunca presenciou agressões da parte de Jairinho ou de Monique em Henry, além de ter criticado, em diversos momentos, a postura de Leniel Borel, ao qual chegou a classificar com um pai ausente desde a gravidez. Ouça abaixo um trecho do depoimento em que Rosângela nega que Henry tenha sido agredido:

O depoimento de Rosângela, o mais longo do dia com quase 2h de duração, terminou por volta das 19h15. Mas, antes da audiência ser encerrada por completo, a defesa de Monique solicitou que a prisão preventiva da cliente fosse substituída por medidas cautelares.

Todavia, a juíza Elizabeth Machado Louro recusou a solicitação, destacando que vê em uma possível liberação de Monique uma ameaça à ordem pública, com risco de afetar a integridade da própria ré, que é alvo de ódio intenso nas redes sociais.

Recusado o pedido da defesa e concluída a sessão, a magistrada anunciou a próxima audiência do caso para o dia 09 de fevereiro. A expectativa é que, nesta data, o ex-vereador Jairinho e a professora Monique Medeiros sejam ouvidos pelo tribunal.

Relembre o caso

Henry Borel, filho de Monique e enteado de Jairinho, faleceu no dia 8 de março deste ano. Segundo informações da denúncia, o menino, de quatro anos de idade, teria sido vítima de torturas realizadas no apartamento do casal, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, o garoto foi levado ao Hospital Barra D’Or, mas já chegou sem vida ao local.

Desde de 08 de abril, Monique Medeiros e Jairinho cumprem prisão preventiva. Os dois foram denunciados pelo Ministério Público pela prática de homicídio qualificado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, eles também respondem pelos crimes de tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.

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