Rio
Quem são os criminosos cotados para substituir TH da Maré, morto pelo BOPE
Facção criminosa TCP tenta manter controle na Maré após operação do BopeA morte de Thiago da Silva Folly, o TH, durante uma operação do Bope no Complexo da Maré, expôs um novo capítulo da violenta disputa interna no Terceiro Comando Puro (TCP). Apontado como um dos chefes mais influentes da facção criminosa, TH controlava parte significativa do tráfico na região, considerada estratégica por sua localização e infraestrutura.
A ação policial que resultou em sua morte mobilizou dezenas de agentes e foi planejada por mais de oito meses. O traficante estava escondido em um bunker blindado na comunidade do Timbau, onde, segundo a polícia, comandava operações ligadas ao refino de drogas e armazenava armas de grosso calibre.
Criminosos apontados como possíveis substitutos de TH
Embora a facção opere de forma descentralizada, a liderança de TH na Maré tinha peso simbólico e operacional. Agora, três nomes ligados ao tráfico surgem como possíveis interessados em ocupar o espaço deixado por ele:
- Alexandre Ramos do Nascimento, “o Pescador”, suspeito de comandar o tráfico na Vila dos Pinheiros;
- Edimilson Marques de Oliveira, “o Cria”;
- Michel de Souza Malveira, conhecido como “Mangolê”.
Todos são procurados pela Justiça e possuem ligação direta com o líder preso Marcelo Santos das Dores, o Menor P, figura que ainda detém influência dentro da facção, mesmo desde a prisão onde cumpre pena por tráfico e homicídios.

A morte de TH pode gerar conflito na Maré?
A Polícia Militar avalia que a ausência de TH pode, sim, provocar confrontos internos entre grupos rivais do próprio TCP, que atuam como “células” com relativa autonomia. Diferente de outras facções com comando centralizado, o TCP permite que criminosos liderem territórios de forma independente, o que pode dificultar qualquer tentativa de reorganização imediata.
A Maré, com suas 16 comunidades, é cortada pelas principais vias expressas da cidade, como a Linha Vermelha e a Avenida Brasil. Essa posição estratégica atrai o interesse de diferentes facções, o que aumenta o risco de disputas violentas pelo controle do tráfico local.
Operação que resultou na morte de TH
A operação do Bope contou com inteligência da Subsecretaria de Inteligência da PM e foi considerada de alta complexidade. TH estava acompanhado de cerca de 30 seguranças armados. Dois deles também foram mortos no confronto.
Foragido desde 2014, TH acumulava 227 anotações criminais e 17 mandados de prisão em aberto, incluindo envolvimento no assassinato de dois sargentos do Bope no ano passado. Durante coletiva, a PM apresentou uma ficha criminal em papel de cinco metros, detalhando sua longa trajetória no crime.

Medidas da polícia para conter possíveis confrontos?
Desde a operação, a Polícia Militar reforçou a ocupação nos acessos da Maré com patrulhamento 24 horas por tempo indeterminado. O objetivo é coibir movimentações de criminosos que tentem explorar a ausência de TH para tomar controle da área.
TH começou como segurança pessoal de Menor P e, com o tempo, se tornou uma figura temida na estrutura do TCP, liderando assaltos, extorsões e operações interestaduais de tráfico. Sua morte não significa o fim das atividades da facção, mas pode marcar o início de uma nova fase de instabilidade dentro do grupo criminoso.