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Vulcão Rinjani, onde brasileira está presa na Indonésia, tem risco de erupção
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, caiu de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, caiu de um penhasco na última sexta-feira (20), no horário de Brasília, durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia. Desde então, ela está presa em uma área de difícil acesso, cerca de 300 metros abaixo da trilha principal.
O Rinjani é um dos vulcões ativos mais conhecidos da região e o segundo mais alto do país, com 3.726 metros de altura. Ele abriga uma imensa caldeira de 6 × 8,5 km. Dentro dela, está o lago Segara Anak, a cerca de 2.000 metros de altitude, além do cone vulcânico ativo Gunung Barujari, foco das atividades mais recentes.
Qual é o histórico de erupções do Rinjani?
O Rinjani tem um passado marcado por diversas erupções. Entre os anos de 2004 e 2016, foram registradas várias ocorrências, principalmente no cone Barujari. A mais recente, em setembro de 2016, lançou plumas de cinza que atingiram até 2 km de altitude.
No longo prazo, a história geológica do vulcão é marcada por uma das maiores erupções da era histórica: a colossal explosão do Monte Samalas em 1257, que atingiu o nível VEI 7 e foi responsável pela formação da caldeira atual.
Entre os anos de 1847 e 2010, registros apontam uma série de erupções menores, quase sempre associadas à emissão de cinzas.
Como é feito o monitoramento da atividade vulcânica no Rinjani?
O Monte Rinjani é monitorado continuamente pelas autoridades vulcanológicas da Indonésia (PVMBG) e por institutos internacionais como o Smithsonian/USGS. O acompanhamento inclui:
- Sismicidade: análise dos tremores vulcânicos;
- Deformação do solo: medidas com GPS e inclinômetros;
- Emissões de gases: controle de níveis de SO₂ e CO₂;
- Temperatura do lago Segara Anak: um indicador importante, como demonstrado em 2010, quando a temperatura subiu de 21°C para 35°C logo após uma erupção.
Atualmente, não há alertas em níveis elevados, e as trilhas permanecem abertas aos visitantes, exceto durante a temporada de monções ou em condições meteorológicas desfavoráveis.
Existe risco de uma nova erupção do vulcão?
Especialistas destacam que, apesar de ser um vulcão ativo, as erupções recentes do Rinjani têm sido de pequena a média escala, concentradas no cone Barujari. Os eventos de 2010 e 2016 reforçam essa tendência de intervalos de 5 a 10 anos entre episódios.
Modelos globais indicam que grandes erupções como a do Samalas são raras, ocorrendo em ciclos que podem durar séculos. No curto prazo, o risco de uma explosão de grande magnitude (VEI 4 ou superior) é considerado baixo, embora a possibilidade de eventos menores permaneça.
Qual a conclusão sobre a situação atual do Rinjani?
A resposta é clara: há probabilidade de novas erupções, especialmente de pequena a moderada intensidade, nos próximos anos. O sistema magmático do Monte Rinjani segue ativo, mas sem indícios de acúmulo de magma em grandes volumes.
Por isso, as autoridades mantêm o monitoramento constante, e a população local, além de turistas, deve sempre acompanhar os boletins oficiais antes de realizar atividades na região.
Jovem foi localizada novamente
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, está há três dias presa no vulcão Rinjani, na Indonésia, após sofrer uma queda durante uma trilha. O acidente ocorreu quando ela despencou cerca de 300 metros na borda da cratera. Desde então, equipes de resgate enfrentam dificuldades para alcançá-la por conta da distância e das condições climáticas adversas, como neblina densa e baixa visibilidade.
Na madrugada desta segunda-feira (23), Mariana Marins, irmã de Juliana, publicou atualizações nas redes sociais. Segundo ela, a jovem foi localizada novamente.
“Conseguimos a confirmação que o resgate conseguiu localizar novamente a Juliana. O ambiente de alta montanha é extremamente severo, com obstáculos naturais que dificultam o acesso aéreo, inclusive por helicóptero e drones”, explicou a irmã.
Detalhes do caso
A descoberta do incidente envolvendo Juliana só foi possível graças a turistas que percorriam o mesmo trajeto e encontraram a jovem por meio de um drone. As imagens feitas foram compartilhadas nas redes sociais e chegaram rapidamente à família no Brasil. Após o pedido dos parentes, a Embaixada do Brasil em Jacarta acionou as autoridades locais para reforçar as buscas.
Nesta segunda-feira (23), as operações de resgate entraram no terceiro dia. Dois representantes da embaixada foram enviados ao local, e o Itamaraty entrou em contato com autoridades de alto escalão da Indonésia para solicitar mais recursos. O embaixador do Brasil na Indonésia também acompanha de perto os trabalhos, que continuam sendo dificultados pelas condições do terreno e do clima.