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“Se eu for condenado, acabou”, admite Bolsonaro em entrevista

Ex-presidente comenta possível condenação no STF, delação de Cid, acordos com a China e investigação de fraudes no INSS

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Bolsonaro. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

Em entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (14), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu que uma eventual condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) pode encerrar definitivamente sua trajetória política. “Se eu for condenado, acabou. Pela minha idade, acabou”, declarou. A fala ocorreu ao ser questionado sobre sua estratégia política diante das acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O ex-mandatário é réu no STF por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes. Ele também comentou sobre uma declaração do ministro Luís Roberto Barroso, que, segundo Bolsonaro, teria tentado alertar o governo dos EUA sobre riscos de golpe no Brasil. “Nem eu estava sabendo”, afirmou.

Bolsonaro pode ser condenado por tentativa de golpe?

Bolsonaro responde por cinco crimes no processo aberto pelo STF: tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, organização criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado. Entre os acusados estão ex-ministros e militares próximos ao ex-presidente, além de Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens.

Apesar das acusações, Bolsonaro insiste que as conversas com comandantes das Forças Armadas após a derrota eleitoral em 2022 foram “dentro das quatro linhas da Constituição”. Ele confirmou ter debatido possibilidades como estado de defesa e estado de sítio, mas negou qualquer intento golpista. “Discutir hipóteses constitucionais é antidemocrático?”, questionou.

O que Bolsonaro diz sobre fraudes no INSS?

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INSS – Créditos: depositphotos.com / AngelaMacario

O ex-presidente afirmou apoiar a instalação da CPMI do INSS para investigar fraudes em descontos de aposentados, inclusive no período de seu próprio governo. “Você não tem como falar em corrupção zero”, disse Bolsonaro, embora tenha apontado o governo Lula como responsável pela “explosão” das fraudes.

A Polícia Federal, por sua vez, aponta que as irregularidades no sistema do INSS começaram ainda em 2019, durante o governo Bolsonaro, e se intensificaram em 2023 e 2024, já sob a gestão petista.

Qual a crítica de Bolsonaro à relação de Lula com a China?

Presidente Lula e presidente Xi Jinping, no Palácio da Alvorada. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Bolsonaro também criticou os acordos firmados entre Brasil e China durante a atual gestão. Segundo ele, Lula estaria “entregando o país”. “Lula se entrega de corpo e alma para o chinês”, disse, mencionando 37 acordos assinados em 2024, incluindo setores como infraestrutura, energia e mineração.

O ex-presidente ainda voltou a citar a venda de uma mina no Amazonas a uma estatal chinesa, apesar de o negócio envolver apenas cassiterita, nióbio e tântalo, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear. Não houve venda de urânio, como sugerido por Bolsonaro.

Mauro Cid foi pressionado em delação?

Bolsonaro acusou o ministro Alexandre de Moraes de usar pressão psicológica para obter a delação premiada de Mauro Cid, dizendo que ele foi submetido a “pau de arara do século 21”. O ex-presidente sugeriu que Cid foi forçado a implicá-lo nos casos da tentativa de golpe e da venda de joias sauditas.

No entanto, Cid negou irregularidades em sua delação e atribuiu seus comentários a um momento de estresse emocional. Ele afirmou que não mentiu e que sua colaboração foi feita de forma espontânea.