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Justiça

Caso João Pedro: Em audiência, pai de menino morto com tiro de fuzil conta que só ficou sabendo da morte do filho no dia seguinte

Três agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil respondem por homicídio duplamente qualificado e fraude processual

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Policiais réus pela morte de João Pedro serão ouvidos em nova audiência
Policiais réus pela morte de João Pedro serão ouvidos em nova audiência (Foto: Arquivo Pessoal)

Oito testemunhas foram ouvidas, nesta segunda-feira (5), durante a primeira audiência de instrução e julgamento do caso João Pedro, na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

Em depoimento, o pai de João, Neilton da Costa Pinto, contou que estava trabalhando em um quiosque na hora do tiroteio e que só ficou sabendo da morte do filho no dia seguinte, quando o corpo já estava no Instituto Médico Legal (IML).

Na ocasião do crime, em maio de 2020, João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, brincava com amigos dentro de casa quando policiais que realizavam uma operação no Complexo do Salgueiro entraram atirando e atingiram o menino na barriga. O adolescente chegou a ser socorrido de helicótero, mas não resistiu.

“Cheguei no local e encontrei cinco jovens na calçada. Perguntei onde estava o João Pedro e meu sobrinho respondeu que ele tinha sido baleado pela polícia. Só fui saber o que tinha acontecido com meu filho, no dia seguinte, quando soube que o corpo dele estava no IML”, disse o pai da vítima.

(Foto: Reprodução)

Além de Neilton da Costa, também foi ouvida a perita da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Maria do Carmo Gargaglione, responsável pelo relatório técnico da reprodução simulada do caso.

Segundo a especialista, o trabalho foi realizado com um scanner de última geração, único modelo usado no Brasil.

“O scanner fez uma fotografia com precisão de todos os ambientes da casa e seu entorno. Junto com os depoimentos de quem estava na casa, fizemos um cruzamento de informações. Havia uma concentração grande de marcas de bala em um cômodo da casa”, contou a perita.

Nesta segunda (5), mais seis testemunhas prestaram depoimento: cinco adolescentes que estavam com João Pedro e a dona da casa onde o caso ocorreu.

Policiais respondem por homicídio

Três agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil, Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister, foram denunciados por homicídio duplamente qualificado de João Pedro e fraude processual.

Os policiais foram afastados das funções e respondem em liberdade.

A próxima audiência sobre o caso foi marcada para o dia 16 de novembro, quando mais oito testemunhas devem ouvidas.

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