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Socialite pode pegar prisão perpétua por atropelar ladrão três vezes
Vídeos mostram Cinzia Dal Pino passando com o carro mais de uma vez sobre o homem suspeito de roubo, segundo Promotoria italiana
Em 2025, um caso judicial de grande repercussão envolve a socialite italiana Cinzia Dal Pino, de 65 anos, que responde a uma acusação de homicídio doloso após um atropelamento fatal registrado por câmeras de segurança em Viareggio, na Itália. O episódio ocorreu quando Cinzia perseguia Nourdine Mezgoui, homem de 52 anos suspeito de roubo, com o seu SUV. As imagens captadas mostram a socialite atropelando o suposto ladrão na calçada, retornando com o veículo e passando sobre ele mais de uma vez.
O Ministério Público defende a identificação de Cinzia como autora dos fatos e argumenta que o crime foi intencional. Após o impacto, as imagens também comprovam que ela desceu do carro para recuperar a bolsa antes de retornar ao veículo e deixar o local. Ela deve enfrentar um julgamento que pode resultar em prisão perpétua, já que a Promotoria classificou o caso como homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Quais argumentos a defesa de Cinzia Dal Pino apresentou?
Os advogados de Cinzia Dal Pino buscaram requalificar as acusações, alegando legítima defesa. Segundo a defesa, o contexto dos acontecimentos indica uma reação a um suposto assalto, e não um ato motivado unicamente por vingança ou intenção deliberada de causar a morte. No entanto, para as autoridades, os vídeos e relatos de testemunhas sugerem uma reação desproporcional, ultrapassando o direito à autodefesa garantido pela lei italiana.
Enquanto o debate jurídico segue intenso, a socialite permanece em prisão domiciliar, equipada com tornozeleira eletrônica, aguardando o desenrolar do processo. Ela compareceu recentemente a uma audiência preliminar, e o início do julgamento está marcado para setembro.
Como funciona o julgamento de homicídio doloso na Itália?
Na legislação italiana, o homicídio doloso é tratado com muita severidade. Diferente do homicídio culposo, no qual não há intenção de matar, neste caso o Ministério Público precisa demonstrar que a acusada agiu de forma consciente para tirar a vida de outra pessoa. A prova pode ser baseada em evidências diretas, como vídeos ou testemunhos, e também em indícios do comportamento da ré antes, durante e após o fato.
- O júri considera gravidade, contexto e intenção para julgar casos de homicídio doloso.
- Penas podem chegar à prisão perpétua, principalmente quando as circunstâncias sugerem premeditação ou crueldade excessiva.
- Os advogados de defesa geralmente tentam reduzir a gravidade da acusação mostrando que houve algum grau de provocação ou justificativa.
Embora o direito à legítima defesa seja reconhecido pela lei, há limites claros em relação ao uso de força letal. Situações onde a resposta é considerada desproporcional ao perigo enfrentado raramente são aceitas como justificativa completa diante dos tribunais. Elementos como a repetição da ação e o fato de a vítima não oferecer resistência são levados em conta no julgamento.
O que pode acontecer após o veredito?
Após o encerramento da fase de instrução, o juiz poderá optar por diferentes sentenças de acordo com a lei penal italiana. Caso seja condenada por homicídio doloso, Cinzia Dal Pino pode receber a pena máxima de prisão perpétua, com possibilidade de apelação em instâncias superiores. Por outro lado, se a defesa conseguir provar excesso culposo ou legítima defesa, a pena pode ser consideravelmente reduzida ou até excluída.
- Sentenças podem ser revistas em tribunais superiores conforme os recursos impetrados.
- Se a condenação for mantida, o cumprimento da pena geralmente inicia-se imediatamente após o trânsito em julgado.
- A prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica pode permanecer até que haja decisão final.
A expectativa é que o caso desperte debates sobre segurança, justiça e o limite entre defesa pessoal e vingança, especialmente diante do uso de tecnologias de vigilância e das redes sociais, que ampliam a exposição pública de episódios controversos. O desenrolar do julgamento e possíveis desdobramentos judiciais serão acompanhados de perto por veículos de imprensa e pelo público internacional.