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Política

PSDB muda de postura e apoia Sérgio Moro em depoimento no Senado

Em um dos novos trechos divulgados, o ex-juiz federal alega achar "questionável" investigar FHC, pois "melindra alguém cujo apoio é importante"

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Em um dos novos trechos divulgados, o ex-juiz federal alega achar “questionável” investigar FHC, pois “melindra alguém cujo apoio é importante”
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro está sendo ouvido, nesta quarta-feira, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, para prestar esclarecimentos acerca das conversas vazadas com o procurador e coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dellagnol. Devido aos novos diálogos divulgado pelo site The Intercept Brasil, na última terça-feira, o PSDB resolveu não pressionar o ex-juiz em seu depoimento a CCJ.

Em uma nova reportagem sobre os vazamentos, foi revelado conversas entre Moro e Dallagnol em que são discutidas denúncias acerca do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 2017. Nos diálogos, o procurador fala de um processo enviado ao Ministério Público de São Paulo, pelo MP do Distrito Federal, que tinha FHC como réu. Em um dos trechos, o ex-juiz federal alega achar “questionável”, pois “melindra alguém cujo apoio é importante”.

Com a novidade, houve uma mudança de postura, além de uma divisão no partido. É o que apontou o senador baiano Otto Alencar (PSD), em entrevista ao blog do jornalista Tales Faria, do portal Uol: “O partido não é um bloco monolítico. Muitos tucanos acham que a Lava Jato e o juiz se excederam. Porém, não é novidade a proximidade entre o PSDB e o Sérgio Moro. Tanto que o próprio Intercept lembrou aquela foto dele às gargalhadas, em confraternização com o (então senador) Aécio Neves (PSDB)”.

Já o senador pelo Acre Randolfe Rodrigues (PSDB) acredita que a atitude do PSDB em defender Moro é um erro: “Eles sempre tiveram muitas críticas à Lava Jato e é desgastante depois deste episódio fazerem defesa de Moro. Além do mais, a verdade é que FHC não errou. Ele nem sabia dessas conversas. Quem errou foi o Sérgio Moro”.

Ao blog de Tales Faria, o líder do PSDB no Senado, Roberto Rocha defendeu a atitude de não atacar o Moro: “A arapongagem está se transformando numa prática normal e usual no Brasil, e isso é lamentável.  Hoje é com Sérgio Moro, e amanhã? Até agora, não vi nada demais em relação ao ministro Moro”.

Para Rocha, “essa prática já é por si só deplorável, condenável, agora imagina vazar o grampo aos poucos, fora de contexto? Outra coisa, o dinheiro sujo desse sujeito (Gleen Greenwald, fundador do site) foi que ‘interceptou’ o Jean Wyllys e comprou o mandato dele para o namorado. Isso também deveria ser investigado”.

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