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Alerj pode criar Frente Parlamentar em defesa das empresas estatais e da Soberania Nacional

Tópico foi discutido em audiência pública, realizada nesta quarta-feira (16), pela Comissão de Ciência e Tecnologia

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(Foto: ASCOM/ Waldeck Carneiro)

Waldeck Carneiro, presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj
(Foto: ASCOM Waldeck)

A possibilidade da criação de uma Frente Parlamentar em defesa das empresas estatais e da Soberania Nacional foi discutida em audiência pública, realizada nesta quarta-feira (16), pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj. O debate teve como tema a privatização da Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP), empresa estatal responsável por desenvolver, fabricar e comercializar equipamentos para setores de Óleo e Gás, Nuclear, Energia, entre outros, sendo uma das companhias estratégicas para a indústria brasileira e para a economia do Rio de Janeiro.

A audiência teve como propósito discutir o Decreto Federal que inclui a NUCLEP no Programa Nacional de Desestatização. O deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), presidente da comissão, lembrou a importância da empresa para a soberania do nosso país. “Essa privatização faz parte de uma agenda que aumenta, cada vez mais, a desnacionalização da economia em vários setores. Falar sobre a NUCLEP é essencial, mas não é um debate isolado, ele se insere num contexto mais amplo, que coloca nossas principais reservas e riquezas sob controle do capital internacional”, explicou.

Representante do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro e funcionário da estatal, Melquizedeque Cordeiro ressaltou a qualificação da NUCLEP e do seu quadro de trabalhadores. “É uma empresa que há mais de 40 anos vem mostrando sua expertise, contribui para mão de obra qualificada e dá independência ao nosso país. Por isso, defendemos a NUCLEP, que, além de tudo, gera milhares de empregos para o Rio de Janeiro. Já chegamos a ter ofertas de 10 mil vagas, entre empregos diretos e indiretos. Manter nossas empresas nacionais não é um custo, mas sim um investimento”, destacou.

Luis Cosenza, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ), considerou a decisão um golpe para o setor: “É um golpe contra a engenharia e contra a soberania do país. É vergonhoso ver a destruição da indústria naval, que tinha crescimento absurdo. Não podemos deixar que o mesmo aconteça com a indústria, é fundamental brigarmos pelas nossas empresas, principalmente as dos setores estratégicos”, declarou.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RJ), Sandro Cezar, também esteve presente e afirmou a necessidade de reerguer o estado do Rio de Janeiro. “Não podemos admitir que nenhuma empresa dessa natureza perca sua capacidade de produzir ciência e tecnologia, gerando empregos de qualidade. O Rio de Janeiro já está no fundo do poço, e é difícil que ele consiga se recuperar vendendo as empresas públicas que aqui existem. Não podemos deixar que o nosso estado seja levado a essas condições”, disse.

Ao final, atendendo às solicitações, o deputado Waldeck Carneiro sugeriu a possibilidade de diálogo com o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), para criação da Frente Parlamentar em defesa das empresas estatais e da Soberania Nacional. Além disso, será preparada uma nova audiência pública presencial, no próximo ano, para debater sobre o Programa Nacional de Desestatização, proposto pelo governo Bolsonaro, e suas consequências para o país.

“A Alerj tem tido protagonismo no debate sobre o processo de desenvolvimento do Rio de Janeiro. Temos um Fórum de Desenvolvimento que, frequentemente, reúne pesquisadores e autoridades para discutir questões sobre diferentes setores da economia fluminense. Estamos tentando criar mecanismos legais e políticos para formular um projeto estratégico de desenvolvimento econômico e social para o nosso estado”, finalizou Waldeck.

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