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Educação

[EXCLUSIVO] Alunos denunciam atraso no pagamento de bolsas e reitor do IFRJ se posiciona no programa ‘Cidinha Livre’

Estudantes afirmam estar três meses sem receber

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Divulgação

Alunos do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) denunciam o atraso no pagamento de bolsas e auxílios estudantis. Cerca de 3500 estudantes, que fazem parte do Programa de Auxílio-Permanência (PAP), estão há três meses sem receber.

Os estudantes afirmam não ter dinheiro para comprar comida ou pagar o transporte para se deslocar até o instituto. Arthur Deolinda, de 17 anos, monitor do Laboratório de Química Geral e Inorgânica no Campus Maracanã diz que pensou em abandonar os estudos: “Está uma situação bem complicada. Eu dependo muito dos pagamentos. Esse atraso vem me complicando, porque eu não consigo nem me alimentar, nem permanecer e nem estar bem fisicamente no IFRJ”.

Em reportagem ao Programa Cidinha Cidinha Livre, da Super Rádio Tupi, o reitor foi questionado sobre a motivação dos atrasos. Rafael afirmou que houve erros no edital sistêmico para ampliar o PAP.

“A ideia era aumentar o número de estudantes [beneficiados] e o número de auxílios. Mas quando fizemos uma inscrição sistêmica tiveram alguns problemas e os próprios estudantes pediram que a gente prorrogasse o prazo. Nessa prorrogação, acabou atrasando um pouco a sinalização do processo do pagamento desses estudantes”, disse durante o programa Cidinha Livre.

A apresentadora pontuou que três meses, o tempo do atraso, é muito e não pouco tempo. O reitor concordou. “Foi mais do que a gente imaginava”, afirmou ele.

O PAP é divido em quatro tipos: “Chegue bem”, “Fique Bem”, “Estude bem” e “Meu Lar”. Cada uma representa uma modalidade de auxílio: transporte, alimentação, didático e moradia, respectivamente. Os dois primeiros vão até R$ 369,29 e os últimos, R$ 443,15.

A aluna Maria Eduarda não conseguiu continuar como Arthur e precisou abandonar os estudos. “Eu não tinha mais dinheiro para me manter no colégio e tive que arranjar formas de conseguir uma renda para ajudar em casa. Achava que seria temporário, até receber o auxílio, porém o mesmo nunca chegou.”

De acordo com os estudantes, após cobrarem o reitor, ele bloqueou os comentários em suas redes sociais.

Almada disse que os pagamentos começaram nesta segunda-feira (08), mas nem todos irão receber esta semana. “A nossa assistência estudantil óbvio que não dá para pagar todo mundo. É um valor ainda muito pequeno em relação ao que a gente precisa de demanda”, ponderou o diretor do IFRJ.

De acordo com o reitor, os pagamentos de março, abril e maio serão realizados até 29 de maio.

O Instituto Federal do Rio de Janeiro possui 18.501 alunos, destes cerca de 3.500 tem direito ao PAP. Em nota, o IFRJ afirmou que os dirigentes se reuniram para discutir o assunto neste domingo e o edital dos auxílios foi suspenso.

Caindo aos pedaços

Os docentes ainda reclamam da falta de infraestrutura do prédio. Além da precariedade da rede elétrica e da segurança contra incêndios, os alunos pontuam não ter restaurante estudantil.

“Os disjuntores vivem desarmando e nós, meros estudantes, nos acostumamos a mexer nos quadros de energia. Há fios soltos pelo prédio, tomadas desencapadas e, também, tomadas que não funcionam”, diz o dossiê feito pelo Jornal Estudantil Méson.

Também há denúncias em relação à prevenção contra incêndios. No IFRJ, é comum que haja manipulação de produtos inflamáveis. “Caso seja necessário evacuar o prédio, existem escadas de incêndio em apenas um lado do prédio e somente uma saída. Em caso de emergência, uma parte da estrutura fica sem rota de fuga”, afirma o dossiê.

De acordo com a denúncia as escadas de incêndio são escorregadias e algumas não possuem porta corta-fogo.

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