Conecte-se conosco

Cultura

Primeiro espetáculo infanto-juvenil do Grupo que comemora de 30 anos

Obra original de Brecht, é inspirada numa lenda chinesa

Publicado

em

Primeiro espetáculo infanto-juvenil do Grupo que comemora de 30 anos
Primeiro espetáculo infanto-juvenil do Grupo que comemora de 30 anos (Foto: Divulgação)

𝐎 𝐂í𝐫𝐜𝐮𝐥𝐨 𝐝𝐞 𝐆𝐢𝐳 é uma livre adaptação da obra homônima de Bertolt Brecht, direcionada ao público infanto-juvenil com direção e dramaturgia de João Batista, fundador da Companhia Ensaio Aberto que comemora 30 anos no mês de outubro.  A obra original de Brecht, é inspirada numa lenda chinesa, na qual um juiz, diante de um difícil processo de disputa de maternidade, resolve estabelecer a justiça colocando a criança dentro de um círculo traçado no chão com giz. As duas mulheres que reivindicam a maternidade devem puxá-lo com força, ao mesmo tempo. A que tiver mais força, puxando o menino para si, será a verdadeira mãe. 𝐎 𝐂Í𝐑𝐂𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐄 𝐆𝐈𝐙  tem a tradução original de Manuel Bandeira, e é considerado por muitos como uma espécie de síntese poética e teatral da obra de Brecht. Nela, ele utiliza com maestria o recurso da parábola, presente em suas peças. É um texto marcado pela esperança e pela confiança num mundo novo. Uma parábola sobre o poder da bondade capaz de divertir (e fazer pensar) adultos e crianças de todas as idades, numa espécie de aventura contada de forma dinâmica e envolvente, misturando teatro, música, dança e acrobacia.

Primeiro espetáculo infanto-juvenil do Grupo que comemora de 30 anos
Primeiro espetáculo infanto-juvenil do Grupo que comemora de 30 anos (Foto: Divulgação)

Um rico governador é derrubado por um golpe e tem seu palácio invadido. A esposa do Governador só pensa em suas roupas e joias, e na fuga, acaba esquecendo o próprio filho, o herdeiro que passa a ser procurados pelos invasores, Grusche, uma jovem criada apanha a criança e foge em direção às montanhas. A partir daí, perseguida pelos soldados inimigos, ela passa por uma sucessão de perigos, fugas, dificuldades e acaba assumindo o bebe como seu filho. Quando anos depois, a Mulher do Governador volta, reivindicando seus direitos de mãe, um juiz que costuma usar métodos controversos para resolver os casos, utiliza o mesmo procedimento da lenda chinesa, colocando o menino dentro de um círculo de giz. Só que dessa vez, a criada, que cuidou do menino, recusa-se a puxá-lo, com medo de machucá-lo.

Brecht é um escritor fundamental, que mudou completamente a função e o sentido social do teatro. Ele dizia que “se não morre aquele que escreve um livro e planta uma árvore, com mais razão não morre o educador que semeia vida e escreve na alma”. Para João Batista, diretor da peça, “levar Brecht para crianças é apostar no caráter pedagógico e mais, na força transformadora do teatro. Ao mesmo tempo, mantêm presentes várias questões levantadas por Brecht em seu texto original: a quem pertencem os filhos? Às mães de sangue ou as que a eles dedicam suas vidas? A quem pertence a terra? A quem a possui por tradição, ou aos que a tratam, tornando-a produtiva? Como estabelecer justiça num mundo dividido em classes?”

João Batista

Professor de Interpretação na Faculdade CAL de Artes Cênicas. Fundador da Companhia Ensaio Aberto em 1992, autor e diretor do espetáculo OUVI DIZER QUE A VIDA É BOA (Arena SESC Copacabana/2018), indicado ao Prêmio Botequim Cultural 2018 nas categorias MELHOR TEXTO. Responsável juntamente com Luiz Fernando Lobo (Companhia Ensaio Aberto) pela curadoria e dramaturgia da exposição QUE TEMPOS SÃO ESSES – UM ANO COM BRECHT (Sala A do CCBB/ 2016. Responsável pela Direção Artística e Curadoria do Projeto intitulado VEJA A CENA, OUÇA A CANÇÃO, vencedor do Edital de Ocupação do Teatro Dulcina (FUNARJ) e que ocupou o teatro no período Abril/Julho de 2014. Seus mais recentes trabalhos como autor e/ou diretor: A ESTRELA SOBE, de Marques Rebello, adaptação de Marcos Alvisi no SESC Copacabana/Direção (2017); SATÃ, UM SHOW DE MADAME, direção de Édio Nunes no SESC Tijuca e Teatro Cesgranrio – Texto (2016/2017) e o musical LAPINHA, estrelado por Isabel Fillardis, direção de Édio Nunes e Vilma Mello/Teatro Clara Nunes (2014). Diretor e autor do musical QUANDO A GENTE AMA com sambas e canções de Arlindo Cruz, que cumpriu temporada de sucesso nos Teatros SESC Ginástico, João Caetano e Dulcina (2013/2014). Além destes, BARTLEBY, O ESCRITURARIO (adaptação e direção) na Casa de Cultura Laura Alvim (2011); A CAOLHA (texto e direção) no Teatro Municipal do Jockey (2010); o musical infanto-juvenil A HISTORIA DE ROMEU E JULIETA (texto e direção) no Teatro Oi Futuro Flamengo (2008/2009) e Oi Futuro Ipanema (2010); O HOMEM DA CABEÇA DE PAPELÃO, adaptação do conto homônimo de João do Rio (texto e direção) no Teatro Café Pequeno, espetáculo incluído na lista de DEZ MELHORES ESPETÁCULOS DO ANO do jornal O GLOBO e indicado para o Prêmio Shell 2008 na categoria “MÚSICA” (de Marcelo Alonso Neves).

Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Secretaria Nacional da Economia Criativa e Diversidade Cultural | O Círculo de Giz – Termo de Fomento – Plataforma + Brasil nº 898434/2020

Sobre a Companhia Ensaio Aberto

A Companhia Ensaio Aberto nasceu no ano de 1992, com a proposta de retomar o teatro épico no Brasil e fazer dos palcos uma arena de discussão da realidade, resgatando sua vocação crítica e política. Desde que foi fundada pelo diretor Luiz Fernando Lobo e pela atriz Tuca Moraes, a Ensaio Aberto explora a ideia do ensaio como experimento e busca romper a ilusão do teatro, questionando e reinventando a relação palco-plateia.

A montagem “O Cemitério dos Vivos” (1993) foi a que inaugurou a Companhia, que já traz em sua história vinte e sete espetáculos, incluindo edições de peças consagradas, como “Missa dos Quilombos”, que ficou mais de uma década em cartaz e tornou-se um símbolo do trabalho do grupo. Em 2018 foi encenado “Estação Terminal de João Batista” baseado na obra de Lima Barreto e  “Que Tempos São Esses?”, com a curadoria de Luiz Fernando Lobo, João Batista e Marcos Apóstolo. Já em 2019, os últimos trabalhos do coletivo foram “A Mandrágora”, de Maquiavel e “Luz nas Trevas, de Bertolt Brecht. Ainda em 2019 a Companhia apresentou “Canto Negro” com direção de Luiz Fernando Lobo e direção musical de Túlio Mourão Armazém da Utopia. Em 2021 foi apresentado “O Dragão” de Eugène Schwartz Direção de Luiz Fernando Lobo Armazém da Utopia. www.armazemdautopia.com.br @ensaioaberto

Elenco

Amanda Tamarozzi

Bruna Cesário

Dani Arreguy

Daniel de Mello

Diego Diener

Erick Villas

Isabel Jorge

José Ângelo Bessa

Laila Bertholin

Mariana Magalhães

Mariana Pompeu

Miguel Conti

Sidarta Senna

Tom Freitas

Ficha Técnica

Direção e dramaturgia: João Batista

Direção musical – Paula Leal

Cenografia – Doris Rollemberg

Figurino- Mauro Leite Teixeira

Iluminação – Cesar De Ramires

Preparação corporal – Daniela Cavanellas

Realização: Companhia Ensaio Aberto

Continue lendo