Tomar azeite de oliva em jejum é a nova tendência que promete milagres na saúde

O hábito de consumir uma colher de azeite de oliva por dia, especialmente em jejum, ganhou força nas redes sociais e em conversas sobre saúde. A prática costuma ser apresentada como forma de proteger o coração, melhorar o intestino e fortalecer a imunidade. No entanto, antes de transformá-la em rotina, é essencial entender como essa gordura age no corpo e em quais situações ela realmente faz sentido dentro de um estilo de vida saudável.

Quais são os principais benefícios do azeite de oliva para a saúde?

O azeite de oliva, especialmente o extravirgem, é fonte de gorduras monoinsaturadas, consideradas mais benéficas ao coração do que a gordura saturada em excesso. Esse tipo de gordura auxilia no equilíbrio do colesterol, contribuindo para reduzir o LDL (“colesterol ruim”) e manter ou elevar o HDL (“colesterol bom”). Além disso, substituí-lo por gorduras menos saudáveis costuma trazer ganhos para a saúde cardiovascular.

O azeite extravirgem também é rico em polifenóis, compostos com ação antioxidante que protegem as células contra inflamação e estresse oxidativo. Esse efeito está ligado à prevenção de doenças crônicas, como problemas do coração, certos quadros metabólicos e possível proteção das funções cerebrais ao longo do tempo. Ele ainda ajuda na absorção de vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, quando consumido com vegetais.

Tomar azeite de oliva em jejum faz diferença para a saúde?

Tomar uma colher de azeite de oliva em jejum pode ser uma forma prática de garantir o consumo para quem quase não usa o produto nas refeições. Algumas pessoas relatam melhora do funcionamento intestinal, pois a gordura pode lubrificar o trato digestivo e estimular os movimentos intestinais, ajudando casos leves de prisão de ventre. Apesar disso, o efeito varia muito entre indivíduos.

É importante lembrar que uma colher de sopa de azeite tem cerca de 90 a 120 calorias, o que pode atrapalhar metas de perda de peso se não houver ajuste no restante da alimentação. Além disso, consumi-lo isoladamente não reproduz o contexto da dieta mediterrânea, na qual o azeite atua junto com verduras, frutas, grãos integrais e peixes. Em algumas pessoas, o uso em jejum pode causar enjoo, refluxo ou desconforto gástrico, exigindo avaliação com médico ou nutricionista.

Quais cuidados tomar ao usar azeite de oliva diariamente?

Antes de incluir azeite diariamente, é importante considerar o estado de saúde, o peso corporal e o padrão alimentar geral. Pessoas com doenças no fígado, pâncreas ou vesícula biliar devem conversar com profissionais de saúde antes de aumentar o consumo de gordura, especialmente em jejum. Já quem tem sobrepeso precisa avaliar onde esse azeite se encaixa dentro do total de calorias do dia.

Alguns pontos podem ajudar a usar o azeite de forma mais segura e estratégica na rotina, evitando excessos e frustrações com resultados irreais:

Como escolher um bom azeite de oliva extravirgem?

Na hora de escolher um azeite extravirgem, o teor de polifenóis merece atenção, pois esses compostos estão diretamente ligados ao efeito antioxidante. Azeitonas colhidas no ponto certo e processadas rapidamente, em baixa temperatura, costumam gerar azeites mais ricos em polifenóis. Algumas marcas informam no rótulo a quantidade aproximada desses compostos, em miligramas por quilo.

Outros critérios de qualidade também ajudam a garantir um produto mais estável e saboroso ao longo do tempo, preservando melhor seus benefícios:

• Verificar a data de produção ou colheita, priorizando azeites mais recentes.
• Preferir embalagens escuras, que protegem da luz e retardam a oxidação.
• Armazenar em local fresco, longe do fogão e de fontes de calor.
• Observar a acidez, que em extravirgens deve ser baixa, conforme a legislação.
• Consumir dentro do prazo indicado, evitando deixar a garrafa aberta por muitos meses.

Como incluir o azeite de oliva no dia a dia de forma equilibrada?

Em vez de focar apenas na colher em jejum, muitos profissionais sugerem distribuir o azeite ao longo das refeições. Dessa forma, ele se integra ao padrão alimentar, contribuindo com sabor, saciedade e melhor absorção de nutrientes. O ideal é que ele substitua parte de gorduras menos saudáveis, e não seja apenas somado a elas, evitando excesso calórico.

Existem várias maneiras simples de colocar o azeite na rotina, aproveitando suas propriedades nutricionais em conjunto com outros alimentos:

Considerando as evidências até 2025, a colher diária de azeite pode fazer parte da rotina de algumas pessoas, desde que inserida em uma alimentação variada, equilibrada e adequada ao estado de saúde. Em casos de doenças crônicas, uso de medicamentos ou metas específicas de peso, a orientação profissional é fundamental para definir a melhor forma de consumo, seja em jejum, seja ao longo das refeições.