Rio
Militar do Exército suspeito de integrar TCP é preso em operação no Complexo de Israel
Prisão foi anunciada pelo delegado Moysés Santana, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), durante coletiva de imprensaLuan Lucas França do Nascimento, militar do Exército, está entre os 20 presos durante a operação da Polícia Civil na manhã desta terça-feira (10) no Complexo de Israel. Segundo as investigações, ele é acusado de integrar a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), que controla a região.
A prisão foi anunciada pelo delegado Moysés Santana, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), durante coletiva de imprensa.
“A atuação dele foi comprovada durante a investigação. Foi detectado que ele era um militar do Exército e que não se apresentou hoje ao quartel. Durante a operação certamente ele se evadiu, mas foi encontrado e capturado. Então, não há qualquer dúvida do envolvimento da atuação direta dele na facção criminosa”, disse o delegado.
Falsa igreja usada por criminosos e perseguição religiosa
Segundo a Polícia Civil, durante a operação, os agentes encontraram uma falsa igreja, de quatro andares, construída pelo traficante Peixão, líder da facção no Complexo de Israel. Ainda de acordo com a corporação, os andares superiores serviam de esconderijo, como um ponto de ataque contra policiais e observatório para monitorar a movimentação na região.
No local, foram encontradas seteiras e cápsulas deflagradas. O prédio foi demolido por agentes da Secretaria de Ordem Pública (Seop).
Como foi a operação?
A ação da Polícia Civil teve como objetivo cumprir 44 mandados de prisão contra integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP), todos sem antecedentes criminais. A ação, resultado de sete meses de investigação, prendeu 14 suspeitos e apreendeu armamento pesado, incluindo cinco fuzis, além de granadas, pistolas, munições e drogas.
Durante confrontos, quatro pessoas foram baleadas, entre elas, o motorista e um passageiro de um ônibus na Avenida Brasil. O trânsito foi severamente afetado, com interdição de 1h30 na Avenida Brasil e Linha Vermelha. Por conta do congestionamento, o município entrou em Estágio 2, por volta de 6h50, o que indica possíveis impactos na rotina do cidadão.
A organização criminosa é chefiada por Álvaro Malaquias, o “Peixão”, que impõe domínio com uso de drones, barricadas, toque de recolher e intolerância religiosa. Também foram identificados núcleos especializados em monitorar viaturas e tentar abater aeronaves policiais.
Além disso, construções irregulares usadas pela facção também começaram a ser demolidas por ordem judicial.
A operação gerou impactos no transporte público (BRT, SuperVia e ônibus), na rede de saúde, em escolas e na UFRJ, que suspendeu atividades presenciais.