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PM denunciado por estupro em Saquarema tentou abusar da vítima pela terceira vez, diz advogado

Ela foi estuprada por quatro agentes na primeira vez e por De Paula na segunda, de acordo com a defesa

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O Cabo Gerson Jucá Rolim de Paula é acusado de estuprar duas jovens [Foto: Reprodução]

A defesa da jovem de 23 anos, segunda mulher que acusa o Cabo De Paula de estupro, afirma que o policial militar tentou cometer o crime pela terceira vez em abril. De acordo com o advogado Jefferson Barros, o agente foi até a casa da vítima em Saquarema, na Região dos Lagos, mas a jovem já havia se mudado. Depois de ter sido abusada duas vezes dentro da própria casa, ela não queria mais ficar no local por medo, segundo Barros.

“Por conta disso [a mudança de casa], De Paula não conseguiu pela terceira vez estuprar a minha cliente. Em compensação, ele furtou o telefone da tia da minha cliente para poder ter acesso ao número de telefone dela. Ele ficou mandando mensagens e realizando ligações dizendo que se ela fosse na delegacia ele iria dar um jeito de achá-la e iria matá-la. [Ele dizia] que o telefone dela estava grampeado e que para onde ela fosse ele iria conseguir achá-la”, afirmou Barros.

Segundo a defesa da vítima, na primeira ocasião seis policiais foram até a residência. Três a forçaram a fazer sexo oral e De Paula realizou penetração vaginal sem consentimento. “O [Cabo] De Paula, quando avistou minha cliente, falou que era ela mesmo que ele estava procurando”, contou o advogado. Ele ainda diz que, após o ato, o cabo disse que retornaria.

Na segunda ocasião, De Paula estava acompanhado por dois PMs, mas apenas ele estuprou a jovem – mais uma vez com penetração vaginal forçada.

Todos os homens sempre estavam encapuzados, impedindo o reconhecimento, com exceção do cabo, que retirou a touca durante o crime. Após a repercussão da denúncia de uma jovem de 18 anos no início de abril, ela o reconheceu.

Primeira vítima

O Cabo De Paula e outros quatro policiais estão presos há cinco dias após a denúncia de uma jovem de 18 anos, que também afirma ter sido abusada sexualmente. Segundo a jovem, ela estava com uma amiga em um bar em Bacaxá, quando os agentes chegaram ao estabelecimento questionando se elas conheciam três homens que haviam fugido do local pouco antes.

Elas negaram, mas foram levadas para um matagal em Vilatur, onde ficaram por três. As amigas foram agredidas e a jovem abusada sexualmente quando se afastou para urinar, de acordo com a vítima.

Denúncias e afastamento

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou os cinco envolvidos na ação nesta sexta-feira (05). O PM Gerson Rolim de Paula responderá por estupro e tortura, enquanto os policiais Thiago Fernandes dos Anjos, Diogo Viana Lourenço, Alexsander Moreira de Simas e Sanclair Marinho Antunes Corecha foram denunciados como cúmplices dos crimes.

O tenente Thiago Fernandes dos Anjos, comandante da 4ª Companhia Independente do Batalhão de Saquarema, foi afastado das funções externas. Ele era o oficial responsável pela supervisão dos agentes da unidade.

De acordo com a Polícia Militar, o afastamento não foi motivado apenas pela agressão sexual. Também há indícios de que Thiago cometeu crimes na esfera administrativa da corporação. “Estas razões levaram ao afastamento do comandante, mas não geraram motivação para o pedido de prisão preventiva”, afirmou a corporação.

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